mercoledì 9 gennaio 2008

"- Bem dizia eu. Agora me alembro; foi em umas corridas no Alegrete, há coisa assim como dois anos a essa parte. O senhor não esteve lá?

- Fui um dos que correram.

- Bem sei; e ganhou aos vencedores. Pois é isso que eu tinha cá na idéia. E querem ver?

Proferindo essas palavras, o Chico Baeta afastou-se do morzelo para melhor examiná-lo.

- Não há dúvida. Foi este o moço?

- É verdade!

- Eh pingo! - exclamou o peão, dando com entusiasmo uma palmada na anca do animal.

Só compreenderá a energia da exclamação do Chico Baeta quem souber que pingo é o epíteto mais terno que o gaúcho dá a seu cavalo. Quando ele diz "meu pingo" é como se dissesse meu amigo do coração, meu amigo leal e generoso.

- Que faísca! Sr. Manuel Canho. Enquanto os outros ginetes, e os havia de fama, levantavam a poama na quadra, cá o morzelinho fez trás, zás, e fuzilou na raia como um corisco.

Canho estava gostando de ouvir o elogio feito a seu animal: o cavalo é uma das fibras mais sensíveis do coração do gaúcho."


Alencar, José de; O Gaúcho; pg 24.



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