lunedì 21 gennaio 2008



"Certa vez ouvi alguém dizer que as pessoas passionais têm vidas violentas. Na época, não compreendi bem, mas, se isso significa que o amor surge de uma emboscada, anula nosso bem treinado sentido de controle e depois nos tortura até fazermos uma confissão que teríamos preferido não fazer, então agora entendo.
A primeira parte da confissão é que eu deixei Lava [o cão] me conquistar. Abri a guarda, deixei aquele merdinha se aproximar e, depois veio todo o restante, inclusive o medo.

[...]

Talvez aquele merdinha já esteja morto. Ou talvez não tenham conseguido passar e ele agora esteja perdido pelas ruas de Bagdá, sem saber para onde foram todos. Rezo para que, se Lava não tiver conseguido passar, que pelo menos encontre um cadáver em Bagdá para mantê-lo vivo por mais um dia.
Isso me leva à terceira parte de minha confissão: quero Lava vivo. Não importa o quanto a situação esteja ruim, ainda vale a pena estar vivo. Quero acreditar que ele ainda está respirando, saltando atrás das nuvens de poeira e perseguindo inimigos imaginários em seus sonhos. [...] Mais do que qualquer outra coisa, quero que ele fique vivo porque, devo confessar, antes de Lava eu era um fuzileiro de quem não se esperava qualquer reflexão sobre a vida e a morte. Eu carregava uma mochila repleta de cupons que valiam a absolvição. Agora, depois de conhecer Lava e deixar o medo tomar conta de mim, percebo uma vaga semelhança entre um assassino em série e eu."

pg. 171 e 173.

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